O Modelo de Negócio da Rappi é do tipo plataforma multilateral, pois conecta estabelecimentos comerciais a entregadores e a clientes que precisam de serviços de entrega (delivery). No fundo, trata-se do mesmo modelo utilizado pelo iFood, porém com uma proposta de valor diferente.
A startup Rappi nasceu na Colômbia, na capital Bogotá, em 2015. Sua missão era se tornar “a loja de tudo”. Isso porque o propósito desse aplicativo é fazer entregas instantâneas sob demanda de absolutamente qualquer coisa.
A plataforma disponibiliza cardápios e menus dos mais variados estabelecimentos – restaurantes, lojas de todos os ramos, supermercados… Enfim, qualquer parceiro que tenha interesse em oferecer seus produtos via delivery.
Assim, os usuários da América Latina podem comprar, receber e enviar itens de todos os tipos por meio dos entregadores da Rappi. Basta acessar a plataforma via web ou através dos aplicativos para smartphones Android ou iOS.
Além da Colômbia, o serviço está disponível na Argentina, Chile, México, Peru, Uruguai e no Brasi. Aqui, o app chegou em 2018, e sua área de abrangência não para de crescer. Até o momento, atende cerca de 70 grandes cidades, incluindo a maioria das capitais dos estados brasileiros.
Vamos conhecer um pouco mais do modelo de negócio da Rappi?
Índice
Os investidores duvidaram do sucesso do empreendimento, à primeira vista, devido às margens de lucro muito estreitas somadas ao alto custo de mão-de-obra. No entanto, o mercado latino – diferentemente do norte-americano, por exemplo – tem-se mostrado muito receptivo aos serviços de delivery, alavancando o setor.
A classe média e alta desses países adora receber produtos na porta de suas casas, graças à comodidade e segurança que isso traz. Além disso, há uma necessidade de alternativas aos serviços postais tradicionais, considerados de pouca confiança pela maior parte da população local.
Inicialmente, a Rappi surgiu para entregar mantimentos, alimentos, produtos farmacêuticos, vestuário… Até que os usuários começaram a usar o serviço para receber o imposto de renda. Se os clientes confiavam seus documentos e dinheiro aos entregadores da plataforma, então, o céu era o limite! Até hoje, os entregadores já levaram cães para passear centenas de vezes, por exemplo.
O aplicativo da Rappi apresenta uma caixa em branco. Nessa caixa, o cliente pode listar o que quer que seja entregue. Não existem opções a serem assinaladas, portanto, o usuário pode entregar basicamente qualquer coisa.
A maioria dos pagamentos das entregas é feito em dinheiro – estima-se que mais de 60% dos pedidos. O restante é pago via cartão de crédito ou cartão de débito através do aplicativo.
Um “produto” que se tornou recorrente na Rappi são saques de dinheiro. Isso porque, especialmente no turno da noite, não é seguro fazer saques em caixas eletrônicos em diversas regiões da América Latina.
Para receber o dinheiro, o cliente paga a quantia desejada através de cartão de crédito para a Rappi e o entregador leva o dinheiro vivo até eles. O valor limite do saque é de cerca de 130 dólares e esse “produto” já representa mais ou menos 5% do volume bruto de mercadorias da empresa.
O mercado da Rappi é composto de três vértices: o estabelecimento conveniado, o entregador e o consumidor. Com um modelo de negócio inovador, a empresa conseguir oferecer valor para todos os envolvidos. Observe:
Além dos três grupos participantes acima, a própria Rappi também tem sua própria fonte de receita nessa equação, como você pode ver a seguir:
Veja o modelo de negócio da Rappi desenhado no Business Model Canvas
Por fim, vale lembrar que a concorrência da Rappi é bastante abrangente, porque, de certa forma, inclui desde toda e qualquer empresa de delivery (especialmente os aplicativos de entregas, como iFood ou Uber Eats) até os e-commerces gigantes, como a Amazon. São as chamadas startups de Last Mile Delivery.
Fato é que o modelo de negócio da Rappi é inovador e jovem – não são nem cinco anos de mercado ainda. A empresa está só início, mas segue em constante expansão, com operações cada vez mais audaciosas em toda a América Latina.
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Muito interessante.
Tentei implantar algo assim em 2001, com diferenciais que não vejo nas plataformas atuais.
Passei a ideia para investidor Anjo e não tive competência para implementar.... :-(
Resta o consolo de que, pelo menos, constato que tive visão de futuro.