O Modelo de Negócio do iFood é do tipo plataforma multilateral que conecta consumidores que desejam receber comida delivery e restaurantes que oferecem essa modalidade de entrega. Desta forma, através do iFood você pode pedir comida de diferentes restaurantes com base em seus cardápios, preços, avaliações de outros clientes e tempo de entrega estimado.
O iFood é uma startup brasileira fundada em 2011, que se tornou líder em delivery de refeições na América Latina. Trata-se de um aplicativo para smartphone que oferece um marketplace com centenas de restaurantes que trabalham com entrega de comida.
O usuário faz uma busca pelos restaurantes cadastrados na plataforma, por meio de filtros que incluem tipo de prato, distância, faixa de preço, avaliação, tempo de entrega, entre outros. Então, realiza o pedido diretamente pelo app, sem precisa falar com ninguém – e há diversas opções de pagamento.
O iFood faz parte da Movile, o quarto e mais recente unicórnio brasileiro, que bateu a marca de um bilhão de dólares no final de 2018, quando recebeu uma rodada de investimentos no valor de 500 milhões de dólares. Vamos conhecer como funciona o modelo de negócio do iFood, a partir de agora.
Índice
Um breve histórico do iFood
A origem do iFood remonta a 1997, quando nasceu a Disk Cook, uma central de atendimento para receber e organizar entregas de restaurantes. 14 anos mais tarde, a Disk Cook migrou para a internet, com o novo nome de iFood.
No final de 2011, o iFood recebeu seu primeiro investimento, de 3,1 milhões de reais, proveniente do fundo Warehouse. Esse aporte inicial permitiu o lançamento do app. Em 2013, a empresa foi adquirida pela Movile, por 5,5 milhões de reais. No ano seguinte, ocorreu uma fusão com seu maior concorrente, o Restaurante Web, pertencente ao grupo Just Eat.
Atualmente, o iFood é a plataforma líder em delivery de comida na América Latina, atendendo a centenas de cidades em todo o Brasil, além da Argentina, Colômbia e México – e mantendo-se em constante expansão.
Hoje, sua base de usuários ultrapassa os 12,5 milhões. O app conta com mais de 66 mil restaurantes cadastrados e mais de 120 mil entregadores em todo o território brasileiro. O número de pedidos da plataforma teve um aumento de 130% de um ano para o outro, com quase 20 milhões de pedidos por mês.
Como dito acima, o iFood faz parte do grande guarda-chuva da Movile, que conta com outras startups como Rapiddo, Zoop e PlayKids.
Como o iFood funciona?
O modelo de negócio do iFood se baseia em um equilíbrio no triângulo cliente + restaurante + entregador. Há dois tipos de transação envolvidos: B2B entre o iFood e os restaurantes e B2C entre o iFood e o consumidor final.
O processo é bastante simples: o restaurante lista sai marca e cardápio na plataforma, o cliente faz o pedido usando o celular ou o computador e um dos entregadores do iFood irá buscar a refeição no restaurante e entregá-la nas mãos do consumidor.
Os entregadores do iFood são profissionais independentes, que pegam a comida nos restaurantes e fazem o transporte até o cliente final. Eles recebem as informações de serviços de entrega disponíveis com base em sua localização e distância do estabelecimento e/ou do cliente – e são pagos de acordo com a entrega efetuada.
Os restaurantes parceiros são a base do funcionamento do iFood. Eles podem decidir o preço de cada item ofertado no app – e esse valor nem sempre é o mesmo praticado no estabelecimento físico. Eles recebem publicidade e conectividade com o usuário final, em troca de uma comissão paga ao iFood sobre cada pedido realizado.
Além disso, o iFood oferece relatórios e uma espécie de consultoria aos restaurantes parceiros. Há um portal, onde o estabelecimento cadastrado consegue consultar quantos pedidos realiza, de qual região vem a maior parte deles, quais pratos vendem mais e menos, o tíquete médio dos pedidos, entre outros. Esse serviço não tem novos custos ao parceiro, além da comissão padrão.
Ainda, o iFood tem uma plataforma – a iFood Shop – que conecta restaurantes a fornecedores de embalagens e insumos. Segundo Carlos Eduardo Moyses, CEO da empresa, os parceiros que utilizaram esse meio conseguiam uma economia de até 20% nas despesas com matéria-prima.
Como o iFood ganha dinheiro?
A fonte de receita do iFood é baseada na comissão que a plataforma recebe dos restaurantes parceiros. Há duas opções de plano:
- Básico: o restaurante paga ao iFood 12% sobre o valor dos pedidos, incluindo a taxa de entrega (há um acréscimo de 3,5% para pagamento online). Além disso, há uma taxa mensal de 100 reais. E a entrega é realizada pelo próprio restaurante.
- Entrega: como diz o nome, nesse plano é o iFood quem faz a entrega, através de seus entregadores cadastrados. Nesse caso, a taxa de comissão sobe para 27% sobre cada pedido, incluindo taxa de entrega. E a mensalidade é de 180 reais.
Além dessa fonte de receita padrão, o iFood está em fase de testes com um novo produto, o iFood Plus. Trata-se de um serviço de assinatura mensal, para o consumidor final. O usuário paga uma mensalidade de R$9,90 ou R$ 19,90 e pode fazer todos os seus pedidos sem ter taxa de entrega cobrada. Por enquanto, os testes acontecem nas cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.
Benefícios do iFood
O modelo de negócio do iFood oferece vantagens para todas as partes interessadas:
- Cliente final: no passado, o consumidor tinha uma série de panfletos de restaurantes guardados, com cardápios e preço desatualizados (às vezes até o próprio número de telefone). Pelo iFood, ele tem preços e cardápios atualizados, uma variedade mais ampla de opções de estabelecimentos e informações de tempo e distância.
Além disso, como ele mesmo faz o pedido no app, a chance de erro é muito menor do que quando ele falava com um atendente por telefone que anotava tudo na hora. Por fim, ainda tem a questão das opções de pagamento, porque o usuário não precisa ter dinheiro vivo em mãos e pode inclusive já deixar tudo pago via aplicativo. - Entregador: o iFood é uma possibilidade de incrementação de renda para muitos indivíduos, que podem escolher onde e quando vão atuar, sem ter de fechar contratos de trabalho complicados com as empresas. Além disso, o entregador pode trabalhar de carro, motocicleta e até bicicleta, dependendo da sua região de abrangência.
- Restaurante: o restaurante tem uma vitrine garantida, com uma taxa de comissão razoável, relatório completo sobre seu produto e não precisa investir em equipe de delivery pois pode utilizar os profissionais cadastrados no aplicativo.
Quem é a concorrência do iFood?
Os maiores concorrentes do iFood são os players similares do mercado, como o UberEats, além de serviços de entrega abrangentes como o Rappi. Conforme Moyses, o diferencial do iFood sobre os demais é a proximidade que eles têm tanto com os clientes finais quanto com os restaurantes, além do contínuo investimento em tecnologia para melhorar a experiência de todos os envolvidos.
Ainda de acordo com o CEO do iFood, os novos players são um cenário positivo, na sua opinião. Ele explica que quanto mais empresas trabalharem para mudar o hábito do consumidor, de pedir refeições via aplicativo, melhor para o mercado.
No entanto, Moyses aposta o potencial de resolução de problemas dos aplicativos de entrega e não descarta a possibilidade de aumentar sua oferta de serviços, de forma a melhorar a vida dos usuários. “Não dá para parar no tempo e não pensar em lançamentos”.
O Modelo de Negócio do iFood
Veja como é o modelo de negócio do iFood desenhado no Business Model Canvas
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Fala Dani, acho que poderia deixar mais * hot * o material se incluísse a estratégia de bancarizar os entregadores e restaurantes que o ifood esta construindo. O investimento da moville na zoop é para consolidar essa estratégia.
E isto certamente será um fator gerador de receita absurdo para o ifood.
Fala J.L., tudo bem? Excelente observação! Mas acontece que essa análise vai além da análise do modelo de negócios do iFood. O aporte na Zoop visa avançar no processamento de pagamentos do iFood, Sympla, PlayKids, etc. Para falar melhor disso eu talvez faça um post só sobre a Movile e tente analisar essa estratégia mãe. Uma vez que você possui uma fintech dentro de casa existem várias possibilidades, incluindo a bancarização de entregadores que você mencionou.
Obrigado pelo conteúdo. Aqui na minha região (sul de minas gerais) o aplicativo que está dominando as cidades menores do interior, é o AiqFome. Rappi e ifood não funcionam nas cidades com menos de 50mil habitantes, o que é corriqueiro por aqui rs.
Eu quem agradeço seu comentário, Muniz! Pois é, o Aiqfome é um dos players que atua nas cidades menores. Existem outros vários “iFoods” espalhados pelo Brasil.
Olá! Excelente post. Tenho um aplicativo semelhante aqui em Goiás, chamado Cardápio Delivery. Está há um ano no mercado. Estamos atuando em 4 cidades, nas regiões Norte e Noroeste do Estado.
Estamos aplicando a tática iFood, claro que com bem menos grana do que eles. Como estamos em cidade com menos de 50 mil habitantes, temos players como o Aiqfome rondando a região. Há outro empreendedores iniciando no mercado com apps próprios.
No caso de cidades menores (interior), nossa maior concorrência é o Whatsapp.
Conheci um outro, que tem qualidades e está atuante: UAIRANGO. Parece aquele caipira mineiro com vontade de queijo!!!
Fiquei curioso como funciona o B2C!!