Conceitos

Produto Mínimo Viável (MVP): O que é e para que serve?

O Produto Mínimo Víavel (MVP) é uma técnica derivada da metdologia Lean Startup que visa a desenvolver um novo produto ou um novo site com recursos mínimos, apenas para verificar o interesse do mercado pela ideia ou pelo conceito, bem como a taxa de adoção por parte do público, inicialmente.

O produto final, completo, com todos os recursos necessários, será projetado e desenvolvido somente após considerar o feedback dos primeiros usuários sobre o Produto Mínimo Viável.  O MVP – sigla derivada do termo em inglês, Minimum Viable Product – trata-se em suma, da versão mais simples possível de um produto que ainda será melhorado e lançado em sua versão final.

O objetivo da técnica do Produto Mínimo Viável é que os usuários sejam capazes de vislumbrar a “promessa” desse novo produto, e de fornecer um feedback de valor, a fim de orientar os desenvolvedores na direção mais próxima do produto ideal, que agrade à maioria do público-alvo.

Como funciona o Produto Viável Mínimo (MVP)?

O MVP é utilizado como peça central de uma estratégia de experimentação. Uma empresa ou equipe de uma organização supõe que seus clientes têm uma necessidade e que pode ser criado um produto que satisfaz essa necessidade.

Em seguida, a equipe entrega essa suposta solução a esses clientes para descobrir se, de fato, eles usarão o produto para atender a tais necessidades. Com base nas informações obtidas com esse experimento, a equipe mantém, altera ou cancela o trabalho.

Simplificadamente, você produz um produto real, mas mais básico e prematuro, como, por exemplo, uma landing page ou mesmo um serviço com aparência de automatizado mas que, na prática, é operado manualmente, e o oferece ao público. Após, você observa o que as pessoas fazem e como elas se comportam em relação ao produto para tomar uma decisão sobre o futuro dessa mercadoria.

O MVP tem três características principais:

  • Tem valor suficiente para que as pessoas queiram comprá-lo ou usá-lo já de início;
  • Promete e demonstra benefícios futuros suficientes capazes de reter os primeiros usuários/compradores;
  • Gera um feedback passível de orientar o desenvolvimentos posterior.

Um bom Produto Viável Mínimo, portanto, coloca o usuário no centro de seus projetos, refletindo necessidades e resolvendo problemas reais. Além disso, ele fornece mecanismos eficientes para medir o engajamento do usuário e capturar o seu feedback, a fim de quantificar e qualificar o desempenho geral do produto.

Como montar um Produto Mínimo Viável?

  1. Identifique seus usuários

Pense no problema que seu cliente possa ter e na oportunidade que se cria para você. Observe o que está disponível no mercado como solução para tal problema. Então, identifique quem são seus usuários/clientes em potencial e como eles se comportam.

  1. Ofereça uma solução ao usuário

Agora, tendo uma visão geral, desenvolva um produto, com o menor investimento possível de tempo e capital, mas com as funcionalidades que atendam às expectativas e garantam a melhor experiência ao seu público.

  1. Garanta o feedback

Após, desenvolva um processo para receber os comentários, críticas e sugestões do público sobre o seu MVP. Isso pode ser obtido via entrevistas, pesquisas formais e informais, além de referências online, como fóruns, comunidades e páginas em mídias sociais.

  1. Pense como um empreendedor

Por fim, compile todas as informações e opiniões coletadas e comece a considerar e documentar os custos de implementação, prioridades, vantagens estratégicas e diferenciais contra a concorrência.

  1. Lance o produto final – ou não

Com todas as estimativas e estudos finalizados, faça todas as alterações necessárias para que suas vendas sejam bem-sucedidas e então lance seu produto final e completo no mercado. Mas se o feedback for negativo e/ou não houver interesse por parte do público, então, deixe o projeto todo de lado e parta para outro.

A Matriz do Produto Mínimo Viável abaixo, baseada na Matriz de Eisenhower, pode lhe ajudar também na escolha de quais funcionalidades incluir em um MVP.

Que cuidados observar sobre o MVP?

A armadilha mais comum no uso no MVP é que, muitas vezes, esse termo é usado sem que o seu conceito e/ou aplicação tenham sido completamente compreendidos. Por exemplo, o termo é frequentemente usado para denotar um rascunho ou um protótipo.

Ou seja, com frequência, confunde-se o Produto Viável Mínimo com lançar um produto com menos funcionalidades. Contudo, nesse caso específico, como avaliar a viabilidade comercial da mercadoria final, com todas as funcionalidades pretendidas?

Ficam misturados os conceitos de MVP e MMP – que é o Produto Mínimo Comercializável. O MMP tem foco em ganhar. É o produto com o menor conjunto de recursos, mas que ainda consegue atender às necessidades do usuário e cria uma experiência semelhante.

Isso fica com a parte “mínima” (de recursos), mas exclui a parte “viável”. O produto entregue fica com qualidade inferior, insuficiente, afinal, para fornecer uma avaliação precisa dos clientes. Quando se fala em MVP, após o feedback do público, entrega-se um produto completo e de acordo, que não sofrerá novas alterações – ao menos não num futuro próximo.

Quais os benefícios de utilizar um Produto Viável Mínimo?

O MVP permite que a equipe de desenvolvimento colete o máximo de informações e aprendizado do ponto de vista do cliente, com o mínimo esforço, risco e investimento. Isso porque você consegue obter conhecimento sobre o interesse despertado, sem desenvolver totalmente o produto.

Até porque, uma das vantagens desse processo é ver o que as pessoas realmente fazem em relação a um produto. Isso é mais confiável do que simplesmente perguntar a elas o que fariam ou qual a sua opinião sobre um produto que não existe e com o qual elas não tiveram contato realmente.

E acima de tudo, quanto mais cedo você descobre “se” e “como” o seu produto atrairá os clientes, menos esforço, tempo e despesas serão dispendidos em uma mercadoria que não seria bem recebida ou bem-sucedida no mercado.

Dessa forma, portanto, uma equipe pode alterar drasticamente ou até mesmo abandonar completamente a ideia do produto que entregou ao público, baseado apenas no feedback recebido. Isso evita, em última análise, investir em um produto que ninguém quer.

Daniel Pereira

Daniel é maluco por negócios e não consegue deixar de usar o Business Model Canvas para analisar os mais diversos tipos de Modelos de Negócios. Ele é o Analista de Modelos de Negócios

View Comments

Share
Published by
Daniel Pereira

Recent Posts

Modelo de Negócio: O que é, Como Criar um e 8 Tipos e Exemplos

Afinal, para você: o que é um modelo de negócio? Eu gostaria que você pensasse…

11 months ago

Mapa de Empatia: O que é e como fazer um em 6 passos

O Mapa de Empatia é uma ferramenta, criada pela consultoria de Design Thinking Xplane, que ajuda…

11 months ago

Modelo Canvas: saiba tudo sobre a ferramenta

Por muitos anos o termo modelo de negócios foi usado sem um consenso na sua definição. Muitos…

3 years ago

Modelo de negócio da BizCapital

A BizCapital, fintech brasileira fundada em 2016, cujo propósito, segundo a própria empresa, é “trazer…

3 years ago

Modelo de negócio da SpaceX

A SpaceX é uma empresa privada norte-americana de foguetes comerciais. Ela nasceu há 17 anos…

4 years ago

Modelo de Negócio da Monetus

O Modelo de Negócio da Monetus é do tipo corretagem de negócios. A Monetus é…

4 years ago