As ferramentas de modelagem de negócios estão se tornando cada vez mais populares não somente em grandes empresas, mas em startups, pequenos negócios e no desenvolvimento de novos produtos e serviços.
Dentre os modelos de negócios mais famosos e aplicados no mundo todo, estão o Business Model Canvas e o Lean Canvas. O segundo é, na verdade, uma adaptação, uma espécie de releitura do primeiro.
Mas, como o próprio criador do Lean Canvas, Ash Maurya, disse, isso não significa que o Lean Canvas seja “melhor” do que o Business Canvas. Na realidade, são apenas diferentes. O BMC foca no planejamento de um negócio sob o ponto de vista estratégico, enquanto o Lean Canvas se concentra na relação cliente-problema-solução.
Na prática, a diferença entre as duas ferramentas são apenas quatro dos componentes do canvas, que Ash Maurya modificou. Mas essa “pequena” mudança transforma todo o entendimento de seu modelo de negócio. Observe a seguir.
Índice
Que componentes foram alterados no Lean Canvas?
O propósito de Maurya, ao modificar os componentes do Business Canvas, era transformá-lo em uma ferramenta mais intuitiva, que dispensasse explicações de especialistas. Daquelas que bastava ler os títulos para entender como preencher as caixinhas. Vejamos, primeiro, que blocos foram introduzidos no Lean Canvas:
Problema
A maioria das empresas que fracassa no início de suas operações erra na escolha do produto. Isto é, elas perdem muito tempo dinheiro e energia criando e desenvolvendo um produto que, na verdade, não interessa o seu público.
Para que isso não aconteça, às vezes é mais fácil determinar com é o problema de seu cliente, qual a dificuldade que ele está enfrentando e que precisa de solução. Assim, você conseguirá desenvolver um produto que resolva esse problema e não perderá tempo com o produto errado – e inútil.
Solução
Tendo estabelecido o problema a ser resolvido, é necessário desenvolver a solução para a questão. Se você comparar o espaço do bloco do “Problema” com o da “Solução”, perceberá que o segundo ficou com a metade do espaço do primeiro. Isso é de propósito, para alinhar com a ideia do Produto Viável Mínimo (MVP).
Métricas-chave
O intuito desse componente é fazer com que o empreendedor se concentre nos números mais importantes de seu negócio. Muitas vezes, você pode decidir por uma métrica em especial e praticamente ignorar o restante, porque esta é a base de seu negócio.
O objetivo é, portanto, descobrir quais são essas métricas-chave, para não gastar tempo, dinheiro e energia em atividades ou recursos que não são essenciais e que, mais do que isso, podem mudar num futuro bastante próximo.
Vantagem injusta
A vantagem injusta é aquele fator que diferencia o seu negócio da concorrência, capaz de barrar a entrada ou a expansão de seus concorrentes no mercado. É, em palavras simples, aquilo que não pode ser copiado ou comprado com facilidade.
Com frequência, as novas empresas não têm – ou não conseguem identificar – sua vantagem injusta já de cara, então, esse bloco pode acabar ficando em branco em um primeiro momento. Mas a caixinha está ali para encorajar o empreendedor a seguir buscando e trabalhando para encontrar sua vantagem injusta, de forma a proteger da concorrência, especialmente de novos entrantes.
Bem, para que esses quatro componentes entrassem, outros quatro tiveram de sair. Quais sejam:
Relacionamento com o cliente
Esse componente saiu, porque ele ficou diluído entre os canais, a solução e o segmento de clientes. Você determina a solução, para um problema de um segmento de clientes e mantém um relacionamento com esse segmento, por meio dos canais.
Parcerias principais
Ainda que alguns negócios dependam essencialmente de parcerias, para a grande maioria isso não é verdadeiro. Principalmente para empreendedores iniciantes e desconhecidos, buscar parcerias logo de cara pode ser uma perda de tempo e energia.
Atividades-chave e Recursos principais
Esses blocos servem mais para pessoas de fora entenderem o seu negócio do que para você mesmo fazê-lo funcionar. Além disso, as atividades-chave só serão mesmo descobertas no decorrer da operação, depois que sua solução – seu MVP – já foi testada.
Quanto aos recursos principais, boa parte dos novos negócios, principalmente as startups, não estão mais tão centrados em recursos físicos. Cada vez, é preciso menos recursos para lançar um produto no mercado. Novamente, isso só ficará bem claro com o andamento da operação.
Ferramentas diferentes, objetivos diferentes
De maneira simplificada, poderíamos dizer que o Business Model Canvas é mais apropriado para quem está começando um negócio – principalmente se não for uma startup – do zero. Já o Lean Canvas serve para outras atividades, como iteração, expansão ou criação de startups de inovação, já que ele se foca no problema-solução.
Além disso, enquanto o Business Model Canvas foi desenvolvido por e para administradores, o Lean Canvas foi pensando para ser acessível a qualquer pessoa, fosse o próprio empreendedor ou qualquer outro membro da equipe. Os blocos foram simplificados com esse propósito.
Por esse mesmo motivo, o Lean Canvas pode ser usado fora da área de marketing e administração, inclusive. Trata-se de uma ferramenta que tem sido usada por engenheiros, designers e até no Ensino Médio.
Outra diferença é que o Lean Canvas foca diretamente no cliente, ao buscar criar valor observando seus problemas que precisam de solução. O Business Model Canvas, para ser utilizado dessa maneira, necessita ser combinado com o Canvas da Proposta de Valor, e você acaba ficando com duas telas, ao invés de somente uma.
Nesse sentido, o Lean Canvas se torna mais simples do que o Business Model Canvas. O BMC enfatiza a criação e estruturação de um modelo completo desde o início – por isso é tão indicado para empresas que estão saindo do papel.
Já o Lean Canvas aborda o seu negócio como o próprio produto. Dessa forma, o modelo de negócios não está perfeito ainda. É uma estrutura enxuta, em construção, que pode ser iterada do mesmo modo que você faria com um produto.
As duas ferramentas, portanto, são úteis e eficazes. Não existe uma “melhor” do que a outra. Você deve observar qual o seu objetivo com a modelagem de negócios e escolher a alternativa que você acredita que agregará mais à sua necessidade.
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Faz sentido utilizar os dois no planejamento de uma startup? O BMC para apresentar para parceiros de fora e o LMC para focar no problema e no cliente?
Fala Fernando! Excelente dúvida! Sim, você pode usá-los no planejamento de sua startup. De qualquer forma, eu recomendo que você também teste apresentar o Lean Canvas para parceiros. Muitos vão curtir e talvez até opinar e trazer novos insights para ele.