A Estratégia do Oceano Azul defende que os limites do mercado e a estrutura da indústria não são estáveis e estanques, podendo ser reconstruídos com novas ações das empresas participantes.
Com isso em mente, o foco das empresas e organizações não deve ser, portanto, combater a concorrência – oceano vermelho, sangrento – , mas, ao contrário, torná-la irrelevante, ao criar um novo espaço de mercado sob uma nova demanda e um processo de diferenciação – o oceano azul.
“A única maneira de superar os concorrentes é não mais tentar superar os concorrentes.”
Esses conceitos foram desenvolvidos e publicados pela primeira vez em 2005, pelos professores Chan Kim e Renée Mauborgne, em um best-seller homônimo. A publicação foi atualizada e expandida dez anos mais tarde e até hoje já ultrapassou os 3,6 milhões de exemplares vendidos. Entenda melhor do que se trata essa teoria.
Índice
O que é o Oceano Azul?
Para começar, o termo oceano azul só existe ao mesmo tempo que faz oposição ao seu antagonista oceano vermelho. Ambos os oceanos servem para descrever o universo do mercado.
Oceano vermelho engloba o mercado conhecido, atual, com todas as empresas já existentes. Nesse espaço, os limites da indústria já estão estabelecidos, e são conhecidos e aceitos por todos os agentes participantes.
O ambiente do oceano vermelho é de concorrência acirrada. Todas as empresas concorrem pelo mesmo mercado, cada uma tomando uma parte dele. Conforme novos entrantes vão aparecendo, cada participante vai tendo sua parcela – e consequentemente seus lucros – diminuídos. Dessa “guerra sangrenta” deriva o termo oceano vermelho.
O oposto oceano azul abrange o mercado desconhecido, onde não há concorrência, onde não há briga. Isso porque essas empresas ainda não existem. A demanda é criada pelo novo negócio, que desenvolve um novo mercado, sem concorrentes, com crescimento e lucro abundante. Trata-se, em resumo, de um oceano vasto, profundo e inexplorado.
Objetivo da estratégia do Oceano Azul
Diferentemente de boa parte das teorias, a estratégia do oceano azul nasceu de um estudo realizado por uma década, o qual analisou negócios bem-sucedidos e fracassados em mais de 30 áreas distintas. É, portanto, baseado em dados, não em ideias.
A estratégia do oceano azul sugere que as empresas evitem a competição frente a frente, pelo mesmo mercado já estabelecido. Ao invés, concentrem-se na invenção de um novo mercado – ou na reinvenção do seu.
Adotar a estratégia do oceano azul, então, é focar em inovação e não em ser o melhor entre os seus concorrentes. Ela defende, portanto, que as empresas fujam dos oceanos vermelhos superlotados e procurem os oceanos azuis incontestados, com maiores oportunidades e menos riscos.
Como nadar no Oceano Azul
O principal desafio para aplicação da estratégia do oceano azul é a capacidade de reconhecer a diferença entre um oceano vermelho e um azul. Para fazê-lo, comece observando o que o seu mercado tem e não tem na atualidade. Então, identifique as companhias que estão nesse mercado e descubra como você pode diferenciar-se delas.
Outra barreira que precisa ser superada para nadar no oceano azul é a mudança de mentalidade da empresa, isto é, ampliar os horizontes mentais, de forma a derrubar os limites imaginários do mercado e maximizar a compreensão das possíveis oportunidades.
Até porque a estratégia do oceano azul não é temporária. Não se trata de ofertas esporádicas atraentes, mas, ao contrário de uma adoção sistemática do pensamento inovador.
Por fim, vale lembrar que a maioria das empresas que entraram no oceano azul são aquelas que conseguiram criar um diferencial mais humano, voltado a inspirar a confiança das pessoas em seus produtos, serviços ou modelos de negócio.
Elaboração de uma nova curva de valor
Existe uma demanda, inexplorada. A grande questão é mudar o foco da oferta para a demanda, fugindo da competição e voltando-se à inovação de valor.
A inovação de valor depende de como o consumidor avalia utilidade, preço e custo. Quando há um alinhamento entre esses três aspectos, isto é, uma diferenciação, com baixo custo, um novo mercado incontestado é criado, onde a concorrência fica irrelevante.
Para determinar o seu diferencial, portanto, as empresas precisam reconstruir os elementos de valor do comprador. Para estabelecer essa nova curva de valor, deve-se seguir um Quadro de Quatro Ações:
- Elevar: que atributos podem ser elevados acima do padrão atual (produto, preço, serviço, qualidade)?
- Reduzir: que fatores foram desenvolvidos apenas para fazer frente à concorrência e já não são totalmente necessários, portanto, podem ser reduzidos?
- Eliminar: que atributos foram usados como pontos competitivos faz muito tempo e já podem ser eliminados (reduzindo custos inclusive)?
- Criar: que fatores o setor nunca ofereceu e está na hora de serem criados, produzindo diferenciação e um mercado novo?
Exemplos de empresas do Oceano Azul
Cirque du Soleil: enquanto a maioria dos circos no mundo todo concentra suas atrações em palhaços e animais, voltados amplamente ao público infantil, essa companhia canadense da década de 1980 optou por remodelar o circo moderno. Contratou alguns dos melhores artistas do planeta e os reuniu num espetáculo sofisticado, com acrobacias e atrações que não se encontram facilmente fora do Cirque, jogou o valor do ingresso lá em cima e remanejou sua mira para o público adulto.
Orquestra Nacional da Juventude do Iraque: a orquestra abandonou o repertório sofisticado, de excelência técnica, com obras europeias e passou a focar na herança rica da cultura iraquiana. Hoje, ela dispensa maestros e solistas caros e recebe jovens homens e mulheres de todas as etnias e religiões do Iraque.
iTunes: o aplicativo criou uma nova maneira de se vender e comprar música. Os consumidores podiam adquirir músicas únicas em arquivos digitais, ao invés de álbuns completos, gastando menos. E os artistas evitavam as perdas com os downloads ilegais que vinham acontecendo. O iTunes é o grande responsável pelo desenvolvimento da música digital.
A estratégia do oceano azul defende, pois, que a maioria das empresas vive num espaço limitado de crescimento, baseado na concorrência com seus pares. Nesse ambiente, elas tendem a buscar setores e/ou produtos que capturem fatias maiores desse mercado competitivo.
Ao contrário, o objetivo dos novos negócios deve ser descobrir e capturar novas demandas, abrindo um novo mercado, através de um produto tão inovador que torne a concorrência irrelevante. Em resumo, que as empresas parem de competir e comecem a criar.
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Boa noite
Meu nome é Luana Pinheiro.
E eu quase nunca escrevo no comentário do site que eu visito. Mas me senti obrigada, depois dessa matéria. Que visão de mundo. Parabéns
Mudou minha visão também.
Eu baixei já tinha o canva app de design gráfico é maravilhoso.
E vocês ainda vão ouvir falar muito sobre mim pois sou uma Empreendedora iniciante
(Lu Pinheiro – confeitaria artesanal e familiar.) Doce Amor.
Bjujus
Obrigada.
Muito obrigado, Luana!
Ótima definição Daniel! Bem clara e esclarecedora.
Montei uma startup no final do ano passado, que o meu produto não existe ainda no mercado brasileiro. Existem semelhantes, mas no formato que desenvolvi não tem no mercado.
Meu desafio é mostrar as pessoas que existe uma dor que eles desconhecem e que eu tenho a solução.
Considero estar num oceano azul?
Abracos
Oi Roberto, tudo bem? Se de fato eles reconhecerem que você esta ajudando nessa dor e eles pagarem por seu produto, você está em um oceano azul sim.
gostei de ler, foi bem explicado. Parabéns, portanto, gostaria de perguntar:
Se eu modificasse um produto já existente no mercado, eu estaria no oceano azul..??